Da Infância à Coleção: Meu Reencontro com os Carrinhos

Neste post, venho compartilhar como redescobri meu carinho pelos carrinhos da Hot Wheels — e também a descoberta de um novo interesse: colecioná-los de verdade.

Eu sempre tive uma imaginação forte e caótica. Na maioria das vezes, me encontrava fantasiando grandes batalhas, onde meus carrinhos guerreavam entre si e com qualquer outra coisa que eu projetava como adversário.

Então já dá para imaginar a situação da maioria deles: arranhados, sem pintura, batidos, quebrados, com as rodas tortas… enfim, destruídos. Na verdade, talvez eu esteja exagerando um pouco. Estão bem judiados, sim, mas ainda servem de brinquedo para minha sobrinha. Não nego, porém, que alguns eu precisei jogar fora, porque estavam realmente detonados.

carrinho Hot Wheels
carrinho Hot Wheels
Caixa de carrinhos

Esses carrinhos estavam esquecidos dentro de uma caixa de sapato, guardada em um armário, há anos. Depois que comecei a trabalhar e estudar, toda a magia de brincar — e até de colecioná-los — ficou guardada junto com eles.
Além disso, passei a me interessar por outras coisas: jogos online, andar de bicicleta, acompanhar alguns Youtubers… e também iniciei outra coleção: miniaturas de naves da franquia Star Wars, que mais tarde pretendo mostrar aqui no blog.

Então, em um lindo dia de sol, com minha sobrinha de dois anos brincando aqui em casa, minha mãe teve a brilhante ideia de pegar a caixa de carrinhos e entregá-la para a criança.

Nesse dia, assim que cheguei do trabalho para almoçar, vi uma cena que me causou desespero e me fez lembrar da minha versão de, sei lá… 16 anos atrás? Quando eu deixava os carrinhos espalhados no chão, prontos para brincar de sei lá o quê.

O sentimento logo passou. Agora, com minha versão adulta, cheia de coisas na cabeça, e com apenas uma hora de almoço — já com 50 minutos faltando para voltar ao trampo —, não dei muita importância. Se ela estava brincando ou destruindo o que restou dos meus queridos amigos de quatro rodas, eu simplesmente deixei pra lá.

Dia vai, dia vem, o barulho de carrinho caindo e a cena da minha sobrinha jogando-os para todo lado começaram a me incomodar de um jeito diferente. Era minha criança interior sendo cutucada. Aquela que, apesar de ter feito o mesmo, tinha um carinho enorme por aqueles brinquedos

Tentei chamar a atenção dela de um jeito gentil, para amenizar a situação. Mas, como se trata de uma criança que ainda está aprendendo sobre as coisas, ela ainda não entende que aquilo não são apenas brinquedos — como eu também pensava na época. Agora, são artefatos de exposição de um colecionador.

Dito isso, escolhi a dedo aqueles carrinhos que ainda estavam inteiros e em boas condições — que mereciam um lugar onde pudessem ser admirados por terem sobrevivido à, digamos, guerra dos carrinhos. Onde minha versão mais jovem osquestrou todos os conflitos entre eles. Assim como o Lorde Sith, em Star Wars, durante a era das Guerras Clonicas.

Carrinhos da coleção

Mas também não posso me esquecer de todos os outros que participaram dessas batalhas. Por isso, abaixo estão as fotos deles. Se notarem, verão que nem todos eram da Hot Wheels. Também haviam carrinhos da Matchbox e Maisto

Devo dizer que, agora com meus 26 anos, ao parar para refletir, percebo que minha versão mais jovem nunca me abandonou. Fui eu quem precisou guardá-la, junto com os carrinhos, para dar espaço às preocupações e responsabilidades da vida adulta.

Engraçado como basta apenas um carrinho no chão para lembrar de quem já fui. E isso foi o suficiente para que essa versão mais jovem se manifestasse — agora com a consciência de que esses carrinhos, além de serem itens de uma coleção, carregam boas histórias e lembranças de uma vida em que não havia tantas preocupações.

Eles servem como um lembrete de quem eu já fui — e de quem eu sou agora:
Um jovem aprendendo a viver na fase adulta.